É hoje o dia.
Vamos trincar o Sol no pessegueiro
e acenar com mãos de Primavera.
Vamos beber a pedra, a catedral
ou apenas o grãozinho no areal
que é hoje o dia de matar a sede.
Levantámo-nos tarde. Perdemos esse dia e outro e outro e outros mais. Até que a noite atenta se vingou.
Levantámo-nos tarde. Perdemos esse dia e outro e outro e outros mais. Até que a noite atenta se vingou.
Licínia Quitério
16 comentários:
O dia de matar a sede. A noite de buscar a fonte.
Um beijo.
a noite sabe o seu tempo.
mas levantemo-nos cedo e o sol voltará ao pessegueiro.
A noite poetisa claridade em poetas. Assim como um ramo acena e não sabe as horas.
Bjinhos
saciar a sede. até à última gota...
benfazeja seda!
Um poeta/cantador das bandas de cá, num certo momento disse (falando acerca dos olhos amarelados da onça):
"... os óio dela são marelo
de tanto espiar o sol
... vontade de comê clarão!"
Hoje, ao te ler, senti vontade de secar o ribeirão, rss!!
Um abraço fraterno.
Que bonita imagem esta de "trincar o Sol no pessegueiro"!
... foi pois -que a noite já tinha tragado o dia enquanto escrevia esta anotação no seu diário de bolso. Tinha corrido tudo como ele tinha planificado metodicamente. Assim que o Sol apareceu (e antes que fosse levado pela ameaçadoras nuvens cinzentas), záz! duas valentes trincadelas (tão grandes, que os habitantes de A-Ver-Navios quase ficavam às escuras... ) no astro-rei com o pessegueiro por testemunha. Com as bebidas é que fizeram uma tal mistura que ainda hoje está para saber, como é que não se mataram a eles em vez de matarem a sede... No seu pequeno diário ainda anotou que povavelmente se levantariam tarde no dia seguinte. Mas a esta frase optou por a riscar -de modo a que nem ele próprio conseguiria ler o que tinha escrito antes, pois admitiu que o que se escreve num diário, deve ser o passado e não o futuro.
Quando a noite se deparou com os corpos rígidos e abraçados dos dois amantes, muitos dias (e noites) depois, sorriu malévola: a vingança serve-se fria que o Verão ainda vem longe.
beijinhos.
Vim beber as tuas palavras, que sempre me fazem tão bem.
Sim, hoje finalmente é o dia de matar a sede...
Cansada de segredos, jogos maquiavélicos, pancadas inesperadas, hoje fez-se alguma luz!
Calma, seguirei um novo rumo, esperando dar o meu melhor.
Porque nunca me cansei de aprender, de saber mais e melhor.
Grande beijinho, querida poetisa!
com ânfora ou sem sempre
as
fontes
.beijO
Existe o dia de matar a sede e os muitos dias que (não) perdemos. Acho que eles iluminam a noite.
Senti pirilampos...
Adorei o espaço, as cores, os ditos.
Um abraço.
Vamos.
Vinha espreitar o início da flor.
Do pessegueiro. Fruto prometido.
Bjs
Noite e Día conxunción perfecta. Fermosa estampa...
Unha Aperta.
:)
Quando o sol chegar ao pessegueiro anda a sombra a jogar à cabra-cega na erva...
abraços!
Gosto muito da tua escrita, Licínia. Um beijinho.
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