9.12.08

EM REDOR DAS CASAS

Estão cansadas as casas.

Corroídas, encurvadas as traves.
O pó do ferro é o que sobrou das guerras.
Estilhaços de rocha onde murcharam flores.
Um choro leve nas madeiras.
Impávidas assistem à trajectória das estrelas.
Por cada lua nova uma minúscula fresta no telhado.
Visitas raras sempre partem antes que o frio as anoiteça.
Vozes antigas ecoam no secreto desvão.
Já os cavalos galopam em redor das casas.

Licínia Quitério

12 comentários:

hfm disse...

Do desvão da memória das casas e de outras.

Arábica disse...

Vão de escada engalanado...

Graça Pires disse...

Um choro leve nas madeiras. A memória das mágoas e do júbilo. Em redior das casas...
Um beijo Licínia.

PreDatado disse...

O destino das velhas cousas. Há sempre alguém que as abandona antes que o frio da noite chegue.

bettips disse...

Casa sem gente dentro. Quantas!
Gente sem casa à volta: acho que não prevíamos assim, o estertor do ferro e da tábua!
Bj

mena maya disse...

Uma pena que as casas não tenham voz!
Que histórias espantosas teriam para contar...

De vez em quando ainda me vou sentar nos degraus atapetados a vermelho da escada grande da casa dos meus avós, que infelizmente já só existe na minha memória, onde nós irmãos e primos nos sentávamos a contar os nossos segredos e a observar os crescidos nas noites da Passagem de Ano.

Um beijinho.

vida de vidro disse...

As velhas casas têm alma. Talvez a das pessoas que as habitaram. Não acontece o mesmo connosco? **

Fragmentos Betty Martins disse...

.querida______Licínia





FESTAS FELIZES:)_______MUITA





.PAZ_____para o mundo

.SAÚDE______para todos nós

.MUITO AMOR_____no coração de cada "homem"


.UM GRANDE SORRISO_____no rosto de cada criança

.UM OLHAR PARA CADA IDOSO____e ver uma fonte de sabedoria_______...



._________e que se diga_____




"FESTAS FELIZES" TODOS OS DIAS:))





beijO______ternO

com amizade


(em relação à transferencia do pagamento do livro____tudo bem?)

Maria disse...

Há casas desabitadas cheias de gente...
...como a casa onde nasci...

Manuel Veiga disse...

as casas como as árvores morrem de pé. apesar do tropel dos cavalos em redor...

belíssimo.

beijos

Justine disse...

Cansadas as casas, sim, e os corpos que as habitam. Já nem ouvem o galope dos cavalos, lá fora.

(e uma núvem de melancolia evola-se da tua poesia, mesmo assim cristalina)

Maria Carvalhosa disse...

"[...]Já os cavalos galopam em redor das casas."

Arrepia, de tão belo!...

Beijos, amiga.

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