12.7.09

UMA PRECE, UM TIJOLO



Uma prece, um tijolo,
uma deusa, uma pedra,
uma morte, uma tinta,
um cimento de suor e de fé.

O desafio do tecto,
a certeza do arco,
as batalhas da luz,
a escalada dos muros,
o aprumo, o rigor,
o atrevimento, o risco.

A mão do arquitecto
presa ao fuste
e um rasto de cor
ensanguentada
a encher o copo de oiro
do anúncio do dia
de uma outra construção.


Talvez igual, talvez a tal.

Licínia Quitério

14 comentários:

Lídia Borges disse...

A arquitectura de uma prece, de um poema...

A imagem rima com as palavras.


L.B.

Justine disse...

A lucidez. A poesia. De certeza muito bem construída.
A qualidade segura, amiga. Obrigada e um beijo:))

mena maya disse...

Uma folha em branco onde se escreverá o futuro...


Lindo o teu poema, Licínia!

Beijinho

Maria disse...

A construção de outro futuro...

Lindo e lúcido!
Beijo, Licínia

Mar Arável disse...

Uma prece para todos

os amanhãs

maria josé quintela disse...

e a tua palavra como raíz.



um beijo licínia.

M. disse...

Voltei para te reler e entender melhor. Parece-me que te entendi. Muito bonito o teu modo de o dizer.

bettips disse...

A janela do poema assomado?
...temos a certeza que há um arco que une, talvez "aquele".
Que belo o dizes.
Bjinho
(cá te esperarei, ao lado da C. da M., para os reflexos vários)

Graça Pires disse...

Uma prece. Um desafio. A construção do poema, palavra a palavra.
Um beijo Licínia.

© Maria Manuel disse...

fantástico poema que alia a arte do arquitecto à arte (tua) da palavra poética.

beijos.

jorge esteves disse...

Uma prece... filosofal!

abraços!
www.tintapermanente.com

Manuel Veiga disse...

pedreiros.livres...

belíssimo.

beijos

Paula Raposo disse...

A tal construção! lindo. Beijinhos

Arábica disse...

Ah se os muros fossem de poesia
e em cada pedra
o sangue da terra,
se transformasse
em seiva!

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