18.8.09

HAJA UM TEMPO


Haja um tempo em que o Verão
abra caminhos limpos, intervalos
de sombra onde dormitem musgos,
e as asas dos pássaros se aquietem
e os pés cansados se refresquem
na leveza das águas, no recorte
das ervas.
Num tempo assim hão-de ecoar
cantares de amor e abundância
no côncavo dos poços, nas cavernas
do frio, na garganta dos tristes.
Dobrados, rente ao medo, esperam.
O tempo há-de chegar.

Licínia Quitério

15 comentários:

Lídia Borges disse...

Maravilhoso esse tempo de intervalos - portos de abrigo a serenar os pés exaustos da caminhada.

Um beijo

Paula Raposo disse...

Muito bonito o teu poema. O tempo chegará. Muitos beijos.

Maria disse...

Sim, o tempo há-de chegar...

Beijo

maré disse...

Haverá um tempo de novas sementes

com bocas de pão, e searas maduras

haverá o carmim das bocas no riso da fartura

.

tanto o desejo

como sol, em estação demorada de inverno.

Obrigada Licinia, também, por me ter permitido conhece-la.

e mando-lhe um beijo sereno, no azul liquido da minha ria

Mar Arável disse...

Fico à espera na minha falésia

no apeadeiro

das marés

Graça Pires disse...

Esperamos sempre esse tempo tão mágico, tão cheio de esperança...
Um poema lindíssimo a apelar ao amor no tempo da desordem...
Um beijo Licínia.

Justine disse...

Dito assim, com essa elegância e ternura, parece que é já amanhã que esse tempo vai chegar...

Escrevinhador disse...

Olá,

Antes de mais, quero dar-lhe os parabéns pelo seu magnífico blogue. Acho que é deste tipo de blogues onde se promove, entre outras coisas, os hábitos de leituras que fazem falta na blogosfera. Vou ser leitor assíduo dos seus textos que são muito interessantes. Aliás, tornei-me seguidor para puder acompanhar o seu blogue com mais atenção.Continue o seu trabalho

Convido-o a visitar o meu blogue: o Interjeições, em interjeicoes.blogspot.com.

Escrevinhador

Manuel Veiga disse...

e fecundas o tempo de espera com belíssimo poema.

beijo

bettips disse...

Na curva que esperamos.
Entretecendo poetas e lembranças.
Bjinho

Alberto Oliveira disse...

... quem não tem esperança de um tempo assim?! Apenas(?) aqueles que ao tempo tudo roubam e dele mais querem. Mas na minha terra há um passarinho que se chama cácalharás* e que não dorme...

* Foi esse passarinho que me azucrinou de tal modo os ouvidos que me "obrigou" a editar um post. Só para não o ouvir, raça de pássaro...

Marinha de Allegue disse...

Poderoso tempo...
Sería fantástico coincidir de novo e compartir este tempo de "distancia".

Unha aperta minha benquerida Licínia
:)

Arábica disse...

Haverá.

A imagem convida à paz.

Beijo, Licínia.

~pi disse...

e também nos poços

mais profundos

e

na ausência de fechos

nos vestidos,





~

M. disse...

Tão fresco! Como uma Cantiga de Amigo.

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