29.10.09

NA ARESTA DA ÁGUA



Na aresta da água o canto dos corais.
Insone este mar de náufragos.
Na órbita dos barcos tudo é lume.
Desapossados do beijo das estrelas, 
na praia nos quedamos e bebemos
azul em lâminas de sal.
Dói-nos a espada da infância sobre o ventre
e um menino lança contos de encantar.
Sobre o mar. Sobre a legenda do mar.

Licínia Quitério

15 comentários:

hfm disse...

sempre ele - o mar no sentido de todos os sentires!

Maria disse...

A água. Vida. Doce ou salgada, mas água.
Desta vez o mar, sempre em nós... intensamente.

Um abraço

Lídia Borges disse...

O mar, ele próprio um conto de encantar...

Destaco:

"Desapossados do beijo das estrelas,
na praia nos quedamos e bebemos
azul em lâminas de sal."

Sublime!

Um beijo

Mar Arável disse...

Sempre belo

por sobre o mar

Justine disse...

Mar, poço dos nossos segredos e sonhos. Suaves e lí,pidas, as ondas das tuas palavras!
Beijo de bom fim de semana

Alberto Oliveira disse...

... quem me dera legendar o mar como tu aqui fazes. Bem o tenho tentado mas não tenho a certeza se a persistência (ou a teimosia?) me levam as letras a algum lado que se leiam. Ora se afogam, ora bebem "pirulitos" em tal quantidade que ficam ilegíveis.
Quando tiveres uma oportunidade - e tiveres pelos ajustes - dá-me uma dica sobre o teu método.

´gradecido.

Arábica disse...

Sábio o mar,
sempre o mesmo e sempre outro.
Um beijinho, Licínia.

Graça Pires disse...

"Dói-nos a espada da infância sobre o ventre
e um menino lança contos de encantar.
Sobre o mar. Sobre a legenda do mar."
Uma beleza este poema, Licínia.
Da infância que o mar levou...
Um beijo.

Anónimo disse...

Muito lindo olhar e sentir o cheiro deste seu mar.
A mim:
"Não me custa a solidão do mar, dói-me o silêncio da distância, a ondulação incessante e no mar de mel salgado pelas lágrimas, o naufrágio da ilusão"

KATATSUMURI

Rafael Castellar das Neves disse...

Olá Licínia!!

Gostei muito do seu blog, as imagens e as palavras dão vida umas as outras...muito bom!!

Bjo,

Rafael

mena maya disse...

Bebemos azul, sonhamos azul, respiramos azul!

Lindo Licínia!

Um abraço

Manuel Veiga disse...

dói essa lâmina...
salvam-nos ao menos os contos lançados ao mar. como legenda...

admirável. sempre...

beijos

bettips disse...

Lugar não denso
e nessa orla dele
ondula-me o olhar.
Bj

maré disse...

que delírio suave de azul

aresta da água


lindo!
poema e belíssima imagem

___----

M. disse...

Um poema magoado. Assim o sinto. Apesar dos corais, por causa da aresta da água.

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