17.3.11

QUEM TE DISSE



Quem te disse, meu amor de mar, meu leão de maré, minha onda antiga, meu cavalo marinho, minha espuma da noite, minha flor afogada, meu cofre de ametista, minha vertigem, minha corda bamba, minha ponte, meu mirante, meu verso branco,

Quem te disse das mãos de cinza pela tarde, do sal da boca pela manhã, dos olhos nas esquinas, do cheiro a febre do outono, das colheitas sempre por fazer, do vinho, da cor do vinho, do doce vinho da paixão, do espanto, do terror, da ira dos terramotos,

Quem te disse, meu amor, mentiu,

Verdade és tu e os teus sentidos, e os teus pressentimentos, e os teus sonhos, e o teu olhar de fera ou o teu olhar de pomba, e os teus cabelos soltos ou os teus cabelos presos, e o teu desejo em fonte ou o teu desejo em fogo,

O resto, os mundos saberão se aconteceu,


Licínia Quitério

7 comentários:

Maria disse...

Recomeças da melhor maneira...
Bom dia, Licínia!

Beijos

Justine disse...

Grande, fortíssimo, belíssimo poema!

OUTONO disse...

As minhas palavras quedam-se no olhar deste poema...Fica o silêncio do meu olhar a dizer BELO!

Graça Pires disse...

Um poema tão belo Lícinia que me faltam as palavras para te dizer como gosto dele.
Um grande beijo.

Manuel Veiga disse...

palavras e metáforas(muito belas) que se cumprem na "encenaçâo" do amor. que ocupa todo o palco em "grand finale" - o resto é o Mundo lá fora!...

belissimo. em qualquer parte do Mundo.

beijos

Eduardo Baptista disse...

Gosto muito do teu poema e da bela fotografia que o complementa. Nela os olhos continuam a viajar, para longe, acompanhados pelo esfumar, sereno, do som das palavras.

M. disse...

Belíssimo!

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