19.11.11

TANTAS VEZES SUBIMOS


Tantas vezes subimos os degraus da paixão
a esconjurar demónios de viagem
a conjugar passados com futuros

Tempo de brincar com palavras carnívoras -
sexo gengibre estandarte
ou imponderáveis -
abraço infinito teorema

Às vezes era o sol
que nos vestia de ouropel
e apagava o rasto dos chacais

As mãos pousadas em redes de silêncio
tecíamos pontes sobre o tédio

Antes de sabermos a medida do frio
quando se extingue a brasa
e as flores de gelo descem
exangues
a vertical das noites

Antes da verdura nas paredes



Licínia Quitério


7 comentários:

Alien8 disse...

Mais um belíssimo poema, minha querida amiga Poeta!

Benó disse...

As mãos pousadas em redes de silêncio...
E dizem tanto as mãos, mesmo em silêncio.
E diz tanto a tua poesia.
Um abraço, Licínia.

vieira calado disse...

Bem bonito,

como nos habituou!


Bjsss

Heduardo Kiesse disse...

inspirador!

:-)

abraço

Kiesse

Mar Arável disse...

Belo e profundo
mão cheia de metáforas

que interrogam

Bj

Manuel Veiga disse...

poema pleno! povoado de sentidos.

como brasa (apesar das flores de gelo)

beijo

M. disse...

Como uma prisão?

arquivo

Powered By Blogger
 
Site Meter