9.1.12

SOLSTÍCIO



Uma pena à tona de água
num crepúsculo sem deuses
O silêncio das aves
Uma súbita agonia
Tudo doi na tarde mais breve
de todas as tardes
Risos de infantes 

há muito envelhecidos 
cavalgam o solstício
Pragas bênçãos esconjuros
ladainhas remorsos rosários

abecedários obscuros incompletos
A tontura das nebulosas 
procura estrada no meu peito
O meu peito doi
Tudo doi na fronteira
insuportável da beleza
Tanto


Licínia Quitério 


6 comentários:

Benó disse...

Uma fotografia espetacular para um lindo poema. Parabéns, Licínia e tem uma boa semana.

Era uma vez um Girassol disse...

Adorei a foto e as palavras do teu poema, Licínia.
Tenho saudades dos amigos da blogosfera, já tantos desistiram...
Teriam ido para as redes sociais?
Foram partindo lentamente, deixando um vazio.
Aqui de Macau te envio um beijinho e te ofereço uma flor de lótus no girassol.

Justine disse...

Doi a beleza, doi a injustiça, doi a dureza da vida. Tudo doi neste momento!

Manuel Veiga disse...

dói sim!
no corpo imaculado da beleza...

... tanto que até parece traição!

beijo

M. disse...

Mas a beleza existe, não morrerá nunca, é alento.

George Sand disse...

Poema pendurado na paisagem, sempre à espera de voar.:)

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