29.2.12

NO SÍTIO DAS TORMENTAS



Alongo-me no sítio das tormentas
depois do remoinho 

nascido crescido e encorpado 
como se fosse gente e assobiasse 
ou lobo que uivasse 
à gravidez da lua
Sou um bicho solar
de olhos pregados 
na escuridão das pedras
As fúrias dormem 
Quando acordarem
limpa a memória do horror antigo
hão de dizer os homens
que tal nunca houvera acontecido
Não fora o arrepio 
também eu negaria 
a enxurrada o precipício a queda
a gula do oceano o grito
aqui onde respiro
a placidez dos ares 
como se amor viesse  
ou uma estrela nascesse


Licínia Quitério

7 comentários:

Manuel Veiga disse...

de dor pregada no céu da boca e um fio de esperança escorrendo pelos lábios...

e novas estelas nascem todos os dias...

muito belo.

beijo

hfm disse...

Estes poemas estão cada vez melhores!

Filoxera disse...

Gostei; mas naõ sei se a placidez acompanhará a chegada do amor...
:-)
Beijinhos.

Mar Arável disse...

De tormenta em tormenta

a luz se faz
e se transcende em palavras

OUTONO disse...

...páginas de tempos...que lemos sempre em esperanças no próximo capítulo!

Justine disse...

Mas o arrepio ainda se sente - de que maneira - e será preciso esperar um pouco mais pela placidez dos ares!

M. disse...

Da realidade dos mundos. Muito belo.

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