8.7.12

LIBERDADE


Senhora dos  inquietos dias

que atravessas velada
a solidão dos tímidos,
a febre dos audazes,
a sede das searas.
Por ti, Senhora, pisamos
as sombras, sopramos
as cinzas, relembramos
a fricção das pedras
e o brilho do lume.
Por tua mão, Senhora,
resistimos aos cercos,
saltamos as devesas,
passamos a vau
os grossos rios.
Nomear-te, Senhora,
é acender janelas
na pequenez das casas,
folhas novas nos lenhos,
melros no aloendro.
Não nos deixes, Senhora
dos precipícios, da lonjura,
da explicação dos verbos,
madre das utopias,
filha nossa, caminho,
pão e semente,
aurora dos pobres.
Fica connosco, agora e sempre,
Liberdade.


Licínia Quitério

3 comentários:

Justine disse...

É uma senhora difícil de conquistar...é preciso muita persistência!

hfm disse...

Uma vida inteira... seguindo a linha de pensamento de Justine.

Manuel Veiga disse...

empolgante, minha querida Amiga.

rara beleza no teu cântico à Liberdade...

beijo

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