24.8.12

URGÊNCIA



Urgência é esta febre de romper 
as brumas matinais e divisar 
os sinais da viagem. 
Sei da finitude dos astros 
e do infinito vazio onde nadam os sonhos. 
Milhares de livros se abriram 
à minha passagem e outros me aguardam
num desvão da cidade.
Um rasgão no telhado há de surgir 
e os meus ombros vergarão 
à luz da grande mãe.

Escrevo com as letras que aprendi
e mais não posso fazer
do que esperar o cântico do silêncio.

Licínia Quitério

3 comentários:

hfm disse...

O silêncio já te habita por isso escreves assim. Belíssimo!

Lídia Borges disse...

Saudade desta poesia branda e enérgica.

Um beijo

Mar Arável disse...

No silêncio

agitam-se as palavras

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