3.1.14

NADA A OPOR



Nada a opor. O céu azul, a pedra branca, a planta verde. E a água, dirás, que não tem cor. Tudo o mais se faz curva, princípio e fim, o ar que somos, a chuva prometida. É a íris, é o arco, é o desejo de subir, de perceber a luz e a ilusão, o som além do sino, a erosão a preceder a queda, a ascensão da seiva e o seu regresso. Assim se faz a história do acordar em campo aberto à nossa incompetência de viver, no começo do escombro, anunciado nas runas, na beleza insondável das ruínas.


Licínia Quitério  

5 comentários:

Anónimo disse...

Nada a acrescentar. Perfeito tudo. E sempre preferível a qualidade à quantidade.
Deixo um abraço.

lbel

Graça Pires disse...

É verdade Lícinia. Nada a opor. E "assim se faz a história do acordar em campo aberto à nossa incompetência de viver"... Sempre excelente, amiga.
Um beijo.

M. disse...

Tens razão, "incompetência de viver".

Manuel Veiga disse...

as ruinas... as ruinas... carregadas de promessas. apesar de tudo.

beijo

Mar Arável disse...

Há sempre um toque

que nos chama

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