16.2.14

UMA DANÇA


Aberta na tormenta,
coro de aflições, de perdições. 
Vão as dunas, vão as casas, 
vão as certezas
na sucessão dos dias. 
Pairam afectos, versos, 
acordes incoerentes. 
Ficou-nos na memória 
o amarelo-oiro dos narcisos 
impedidos de florir. 
Tudo muda, tudo se refaz, 
tudo se constrói e se destrói. 
Sempre e nunca é uma dança que nos dói.

Licínia Quitério

4 comentários:

M. disse...

Não deixo comentários um a um, junto tudo numa só frase: o teu blog é como um livro que se folheia com agrado e que nos faz reflectir ao passar cada página. Devagar, sentindo a textura das palavras e das imagens.

Graça Pires disse...

A vida é isso mesmo: "uma dança que nos dói". Mas a poesia pode salvar-nos, não é, amiga Licínia?
O teu poema é muito belo.
Um beijo.

Justine disse...

Os elementos choram por nós, desfeitos, apenas agarrados aos afectos. Valha-nos a tua poesia, que nos traz algum calor...

Manuel Veiga disse...

dança voraz...

belo. sempre.

beijo

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