7.5.14

TARPEIA


Minha rocha tarpeia, meu soluço de inverno, pélago, desabrigo de fugitivo, inclemência, tremor nos invisíveis fios, minha vocação de abismos e alturas, só princípio e fim, minha ignorância absoluta de crime e castigo, minha impaciência para a normalidade dos dias, meu incontrolável desejo de partida, minha incauta memória que me trais e me alertas, me ergues e me tombas, me reergues e escreves, com a minha letra, infindáveis cadernos de folhas secas, de humidades, a dizerem da aventura de viver entre o voo e o mergulho, sabendo da tarpeia e a desprezando.

Licínia Quitério

1 comentário:

Manuel Veiga disse...

Assim falavam as mulheres da Antiga Roma. sitiadas.

e abdominando os protectores Lares...

beijo, querida amiga

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