10.12.14

NUVENS



São água, pouco mais.
São minúsculas gotas, são poeira de céu, são penas de anjo, ou penas de homem, é igual.
Varredura de vento, suspensão de gelos, oráculo de chuvas.
Alguém me ensine o corpo exacto de uma nuvem, a cor de cada floco, a distância que vai do azul à minha mão, o tempo de vida de um castelo de sonhos, o sabor da maresia, a duração do amor.
Se nada me ensinarem, tão pouco vale o meu olhar colado às nuvens.
Melhor deixá-las ir, deixá-las.

Licínia Quitério

5 comentários:

Mar Arável disse...

Quase tudo se aprende

num vagaroso instante

Bj

Majo disse...

~
~ "São água, pouco mais."

~ Por isso as admiramos tanto.
~ Admiramos tudo que é imensidão de água: nuvens, rios e ribeiros, lagoas, lagos e mar.

~ Parabéns pela sua prosa poética.

M. disse...

A beleza das palavras e das imagens. Assim resumo tudo o que li daqui para baixo. Cada vez melhor, Licínia.
Adoro prosa poética.

Manuel Veiga disse...

sim, deixá-las ir.

e que se façam chuva...

beijo

Graça Pires disse...

Muito belo o teu texto, minha amiga.
Desejo-te um bom Natal.
Um beijo.

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