24.12.14

O CISNE



Quem te via deslizar na tarde ficava preso no teu encanto, na serenidade do teu rosto, quase perfeito, quase triste.
Era impossível não pensar na dama do lago que lançava pérolas às águas na hora exacta do poente.
Sua filha serias, ou irmã, ou talvez ela tivesse voltado, com o seu colo de cisne branco, sua mudez, suas penas a fecharem-lhe os olhos.
Quem te via não sabia que nome te chamar, que o tinhas bem escondido no cerrado da boca.
Leda seria um nome, mas quem se atreveria, temendo que cantasses, e ao cantar morresses, e afinal fosses mais cisne que Mulher. 


Licínia Quitério

6 comentários:

Rui Fernandes disse...

Deixo-te o cisne em paz, os perus da ceia e as aves de rapina que nos atormentam o ser e os haveres. Mato-me de saudades no meu eremitério. Beijinho. Boas festas.

Licínia Quitério disse...

Beijinho. Boas Festas, Rui.

Graça Pires disse...

Que o teu ano de 2015 seja um ano melhor e que continues a escrever desta forma fantástica.
Um beijo, Licínia.

Licínia Quitério disse...

Obrigada, Graça, minha querida Amiga Poeta.

Manuel Veiga disse...

votos de Bom Ano

e boa poesia. sempre...

beijo, querida amiga

bettips disse...

Sempre as palavras gota a gota, como as pérolas e a chuva miúda, acariciante.
Que a saúde e a lucidez nos iluminem.
Abraço amigo, Amiga.

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