quando a tarde acalmava.
Era como se um pássaro de cinza
esvoaçasse ao invés dos meus passos.
Eu ainda não entendia
o signo que trazia preso ao bico.
Um batuque de distâncias atravessava-me
e eu não sabia porque me doíam
as lembranças dos mares da infância.
Queria-te mas não te queria assim
na hora da desistência dos mágicos.
Queria-te mas não podia chamar-te
ao caminho onde tudo estava, tinhas dito,
era só descobrir.
Não voltou o pássaro de cinza
e o caminho continua, imenso.
Vou juntando pedaços de mistérios,
com a certeza de que tudo ali foi semeado,
como disseste.
É só saber colher.
Licínia Quitério
2 comentários:
Um belo ciclo de marés
e tu como ninguém sabes cultivar a arte de bem colher - com a alegria da partilha.
beijo
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