Rasgões em ameaça à coesão da cal.
As plantas invasoras, vingativas, rejeitadas
pela placidez dos bosques. As cores decadentes,
tumulares.
O soçobrar do prumo
nas empenas.
A desistência da onda
nos beirais.
Há quem diga assim a casa velha.
A porta só no trinco, em alarde vermelho.
As trepadeiras vivas abraçando a cal.
Em cada telha um
ninho ou uma espera,
um sossego, um tempo livre de traições
ou abandonos.
A respiração dos passos na soleira,
o calor no inverno, o amor de quem partiu
e a paz que se aprendeu.
Há quem diga assim a casa velha.
Licinia Quitério
1 comentário:
Sempre excelente, Licínia!
Um grande beijo.
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