Escusas de chamar por mim.
Hoje não estou para ninguém.
Podes gritar que eu não te oiço.
Faço de conta que fiquei surda de repente.
A campainha da porta não para de tocar
ou são os ecos de toques passados
que hoje se lembraram de soar.
Não vou abrir.
Mesmo que quisesse não podia.
Mudaram a fechadura e eu distraída deitei fora a chave.
Não atendo o telefone ou se atender digo
enganou-se no número aqui não mora ninguém.
Se tocares de novo eu desligo.
Se chamares da rua eu sei que não é comigo,
nunca tive aquele nome.
Dantes havia o quadro preto na parede.
A giz alguém escreveu a tua história, a minha.
Isso sou eu a imaginar uma história que ninguém escreveu,
num quadro preto que nunca foi pendurado
na parede que não havia.
Foi a imaginação que criou este dia
em que não estou para ninguém
como se alguém não parasse de chamar por mim.
Licínia Quitério
3 comentários:
Mesmo imaginativo, minha querida Amiga.
Cuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
VEM. Devagarinho mas vem. O poema do sítio espera que a gente o leia.
Um abraço amigo, nosso.
B & M
Estou a torcer por ti, minha querida Licínia. Gosto de te ler. Preciso de te ler.
Boa recuperação.
Um beijo.
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