Acordou cedo e saiu para a sua tarefa
de saber a madrugada.
A neblina esbatia os contornos das casas, das árvores,
das coisas que os humanos penduram
nos fios tensos de amarrar os dias.
Fitou o lugar donde lhe vem o medo e deteve-se,
musculada e avolumada.
Só o recorte das narinas fremia,
ao ritmo do coração.
É um ser animado,
no seu primeiro cuidado de defender a vida.
Escolheu-me para habitar com ela,
para viver como ela,
para ser ela, se quiser.
Sendo ela, espero aprender a prezar as madrugadas.
Licínia Quitério
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