2.10.21

O PRINCÍPIO

 Nas manhãs de sábado podem acontecer

vulcões por dentro do silêncio.

O nosso corpo-corpo e o nosso corpo-Terra 

a construírem cenários do princípio.

Fixamo-nos no tempo

em que tudo se preparava para nos receber,

a casa já firme, o máximo e o ínfimo  ao nosso dispor.

Ainda os deuses não tinham nascido,

ainda o medo não se mostrava.

Ainda o corpo-corpo e o corpo-Terra

não se tinham separado,

a lava ainda não tinha arrefecido,

mas as lutas da água e do fogo

eram já o anúncio do eterno jogo

entre o princípio e o fim.

Os deuses aguardam que os inventem

quando o medo rugir no corpo-Terra.


Licínia Quitério


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