Nas manhãs de sábado podem acontecer
vulcões por dentro do silêncio.
O nosso corpo-corpo e o nosso corpo-Terra
a construírem cenários do princípio.
Fixamo-nos no tempo
em que tudo se preparava para nos receber,
a casa já firme, o máximo e o ínfimo ao nosso dispor.
Ainda os deuses não tinham nascido,
ainda o medo não se mostrava.
Ainda o corpo-corpo e o corpo-Terra
não se tinham separado,
a lava ainda não tinha arrefecido,
mas as lutas da água e do fogo
eram já o anúncio do eterno jogo
entre o princípio e o fim.
Os deuses aguardam que os inventem
quando o medo rugir no corpo-Terra.
Licínia Quitério
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