Vagueava pelo doirado da praia, as sandálias na mão, a baloiçar.
Afagava maternalmente um cão que corria ao seu encontro.
Baixava-se e apanhava conchas.
Devolvia-as ao mar e a boca soprava um beijo.
Acenava às gaivotas com braços de lenços brancos. Sempre sorria quando olhava o céu.
Deixava um rasto de pena nas areias.
Bailava em torno de uma pedra baça e nela acendia brilhos de fogueira.
Pisava rendas de espuma e uma poalha de estrelas salpicava-lhe a leveza da saia.
Dela não sei a cor dos olhos, dos cabelos.
Podiam mesmo não ter cor, como se diz da água.
Há quanto tempo a não vejo.
Vou perguntar ao mar se ma levou.
Licínia Quitério, 2006
2 comentários:
Que prazer ler o que escreves, minha Amiga Licínia.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Fantástico poema, gostei imenso.
Os meus aplausos.
Boa semana, Licínia.
Um abraço.
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