26.7.24

A VOZ

 No cofre, no silo, na garganta

Junto ao ouro, à corda,  ao grão

Desde a mina, o campo, o sangue

Depois da dor, do golpe, do ciúme

Antes  do brilho, do tremor, do vibrato

Em tudo e nada e nunca e sempre

Aquela voz acontece

E diz o nome, a data, a rua

E a certeza do silêncio

Tudo o que nos deixa é a lembrança

De um tempo ameno

De um lugar seguro

De um som inominável

Se a voz  aconteceu  há de voltar


Licínia Quitério

 

 

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