Aquela menina
tem olhos de mar
cabelos de sol
nas mãos um novelo
de linha de sonhos
a desembrulhar
palavras em fonte sem nunca secar
pulando correndo
os braços traçando
figuras no ar
que nem ela sabe onde vão parar
Menina cresceu
seus olhos de mar
avistaram barcos
de longe a chegar
cabelos de sol
se fizeram asas
ao vento espalhando
um novo cantar
palavras palavras
sempre desfiando
com elas crescendo
novelo a tomar
a forma escondida
do seu coração
incerta batida
uma certa aflição
Menina-mulher
seus braços em berço
já sabem traçar
as formas do amor
que a vai ensinar
a louvar a vida
que lhe trouxe os barcos
para navegar
Licínia Quitério
Quem não conhece Meninas como esta? Barulhentas, saltitantes, em risadas estridentes, em choros fortes mas breves, sempre prontas a desarrumar os lugares pretensamente seguros dos adultos. Encantam-nos, provocam-nos, causam-nos inveja. Fazem-nos olhar para a carruagem detrás do nosso comboio, mas aí só encontramos vagas sombras de outras Meninas de outras viagens. Estas já lá vão muito à frente, num outro comboio, bem mais rápido. Têm pressa de chegar a uma estação que lhes disseram chamar-se Futuro. Que cheguem bem. Nós faremos tudo para tão cedo não as perdermos de vista.
Licínia Quitério
P.S. Com estas Meninas, pretendo fazer passar um cheirinho de alegria e compensar-vos do "peso" do post anterior. Obrigada por me lerem.
tem olhos de mar
cabelos de sol
nas mãos um novelo
de linha de sonhos
a desembrulhar
palavras em fonte sem nunca secar
pulando correndo
os braços traçando
figuras no ar
que nem ela sabe onde vão parar
Menina cresceu
seus olhos de mar
avistaram barcos
de longe a chegar
cabelos de sol
se fizeram asas
ao vento espalhando
um novo cantar
palavras palavras
sempre desfiando
com elas crescendo
novelo a tomar
a forma escondida
do seu coração
incerta batida
uma certa aflição
Menina-mulher
seus braços em berço
já sabem traçar
as formas do amor
que a vai ensinar
a louvar a vida
que lhe trouxe os barcos
para navegar
Licínia Quitério
Quem não conhece Meninas como esta? Barulhentas, saltitantes, em risadas estridentes, em choros fortes mas breves, sempre prontas a desarrumar os lugares pretensamente seguros dos adultos. Encantam-nos, provocam-nos, causam-nos inveja. Fazem-nos olhar para a carruagem detrás do nosso comboio, mas aí só encontramos vagas sombras de outras Meninas de outras viagens. Estas já lá vão muito à frente, num outro comboio, bem mais rápido. Têm pressa de chegar a uma estação que lhes disseram chamar-se Futuro. Que cheguem bem. Nós faremos tudo para tão cedo não as perdermos de vista.
Licínia Quitério
P.S. Com estas Meninas, pretendo fazer passar um cheirinho de alegria e compensar-vos do "peso" do post anterior. Obrigada por me lerem.
4 comentários:
tentemos n´s nunca deixar de ser "meninas" de encontrar a criança dentro de nós e viver nessa Paz misto de ansiedade e loucura que é a meninice
para sempre
Eu já vou num desses comboios. Acho que nunca fui uma menina assim, saltitante. Era envergonhada e algo complexada, o oposto do que sou agora. Mas gostei dessa viagem cheia de cor e energia.
Eu também era como a estrelinha da manhã...
Mas nunca deixo de ser criança-menina e o primeiro olhar é quase sempre bastante ingénuo.
Lindos estes momentos poéticos, Licínia! Vais publicar?
Bjinho
Obrigada pelo cumprimento! Gostei de ler-te.
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