A casa do amigo não tem chave
Com um pequeno sopro abre-se a porta
e o aconchego envolve quem entrou
Tem um sofá em forma de sorriso
um copo de água fresca sobre a mesa
e a calma de um nocturno de Chopin
O amigo fez a casa e em nós pensou
A voz é doce e com palavras poucas
abranda a nossa pressa de falar
Naturalmente deixa-nos chorar
O amigo não tem nada para contar
e nunca diz: isso não é verdade
Acha que quem chegou deve partir
a arriscar sentir serenidade
Serenidade. Aqui está uma palavra a que chamarei de macia. Tão macia como a sensação aveludada que traduz. Sibilada quanto baste, pronunciável toda com os lábios entreabertos, com o seu i doce, o seu a tónico logo acalmado pela brandura do de. Quase um ser vivo, não acham?
Se o sofá referido no poema tiver a forma do sorriso do Menino lindo que vos apresento, a se-re-ni-da-de virá.
A propósito deste tema, tratado aqui à minha modesta maneira, aconselho a leitura de um longo e magnífico poema, justamente intitulado "Serenidade", da autoria do Poeta Raul de Carvalho. Depois digam-me se gostaram.
Licínia Quitério
13 comentários:
obrigada igualmente
... cheguei aqui serenamente. E a este lugar retornarei agradado com a serenidade que dele transpira.
Um óptimo fim de semana!
Abraço.
Cara Licínia,
não li o poema todo do Poeta Raul de Carvalho, mas gostei muito do que li e inclusive de um poema que dele encontrei chamado "Guio-me". Não o conhecia antes, acho que aqui no Brasil ele não é muito conhecido (corrija-me se eu estiver errada).
Serenidade é coisa linda. Sinto isso quando ouço as maravilhosas músicas da renassença italiana.
Obrigada pelo bom fim de semana desejado. Desejo-lhe o mesmo.
Estou bem, mas tenho entrado em contato com conflitos existenciais muito expressivos e isso nos leva a momentos de extrema sensibilidade.
Um grande abraço,
Hortência
É a palavra chave para o bem-estar e equilíbrio emocional.
É como dizes, uma palavra macia, aveludada.
Sabe bem dizê-la...
sabe melhor senti-la...
Linda esta mensagem que nos trouxeste, obrigada!
Bjinhos
olá licínia,
muito obrigada pelas suas palavras no meu blog
aliás, agradecer-lhe é pouco, pois o seu comentário é deveras encorajador
desejo-lhe um bom fim de semana
um grande beijinho,
alice
Serenidade também pode ser um longo rio tranquilo, ladeado de açucenas.A linha do equilíbrio, os voos mansos . A esperança e confiança nos dias , com que esse doce olhar de menino nos desafia.
beijos muitos
Pois é, com serenidade fizeste me lembrar o Alentejo, onde o ambiente envolvente é sereno.
Fica bem.
Manuel
Sim tens razão, a serenidade é macia e aveludada com o rosto de uma criança quando dorme e para se ter obriga a que estejamos bem connosco.
O que, nos dias de hoje, nem sempre é fácil.
Um abraço.
S.E.R.E.N.I.D.A.D.E
Na tua Alma!...
Beijinho em Ti
Uma "conquista" a serenidade. Que chega com a sua irmã gémea, a sabedoria. Gosto da tua serenidade.
Gostei especialmente destes versos:
"A casa do amigo não tem chave
Com um pequeno sopro abre-se a porta
e o aconchego envolve quem entrou
Tem um sofá em forma de sorriso
um copo de água fresca sobre a mesa
e a calma de um nocturno de Chopin"
O blog que visitou é para mim uma espécie de diário e daí eu não responder aos comentários.
Vou lá de vez em quando, muito espaçadamente, colocar algo que li e de que gostei.
Aquele que partilho com dois amigos há vários anos (pois já vai na série 4) é o "conversas de xaxa".
Obrigado pela visita, tem aqui boa poesia.
Bom Domingo
Gostei, sim senhora, mas também gosto da tua palavra "macia" e sopro um beijo.
Engraçado falares de serenidade, porque essa é a sensação que me despertam as tuas palavras e toda o ambiente do teu blog. É importante conquistar a serenidade. Uma palavra e uma sensação macia, de facto.
Beijinhos
http://mulher50a60.weblog.com.pt
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