Tão frágeis estes dias
de pé sobre despojos
de batalhas pensadas
no gume dos sentidos
Dormem as cores
no abrigo da boca
temerosas do vento
desejosas do lume
Horas fora da lei
do tempo dos insectos
Horas acrescentadas
ao tempo dos altares
É o tempo do vidro
O azul que escrevi no vidro diluiu-se. Não o posso repor aqui. Também a memória o recusou.
Licínia Quitério
16 comentários:
Tão frágeis estes dias. Tão frágeis as palavras, ainda que azuis. Tão frágil o silêncio, ainda que ruidoso...
Um beijo.
Estão frágeis os dias as horas andam (mesmo) fora da lei o tempo anda todo em desatino
(não sei se tem a ver com o vidro...)
certamente o azul não pode ser reposto... como o tempo, esse doidivanas!
Desejo-te um bom ano novo.
Belíssimo!
fragéis e delicadas "as horas fora da lei". que os altares são austeros!...
belo o azul de teus dedos!
NÃO PERCA O AZUL
NA SUA TRANSPARENCIA
Repare bem
Olá, Amiga
Viajo agora pouco na net. Pouca disposição e pouca vista. O prejuizo é meu. Mas é sempre um prazer quando entro neste teu site e descubro (e reencontro)uma destas pequenas joias.
Um beijinho
BELO COMO TODOS OS POEMAS QUE ATÉ HOJE LI DA LICINIA.
BJS
TD
quebradiços os dias.
brevemente azulados...
beijO
Nem transparentes nem coloridos, os tempos. Contudo, vidro que a tua poesia transforma em luz. Bjinho
... esta história da diluição das cores tem muito que se lhe diga; abre um pouco mais os cordões à bolsa e experimenta um secativo de marca reconhecida e verás -que até em suporte de superfície tão deslizante, deixarás de ter problemas com a escrita cromática. Afianço-te, que já passei pelo mesmo... mas era mais com o verde.
... uns dias vou indo,
outros tou bom tou.
beijinho e sorrisos.
contas de vidro os dias...coloridas.
*
Bonito poema!
Não queria ainda que me lembrassem quão frágeis serão todos estes dias. Os que já começam. Os que aí vêem.
Não queria mas amei ler-te. Mesmo sem o azul. Acredito que alguns resquícios existam na memória. Quando a fragilidade dos dia der lugar a uma maior resistência. **
Tão bonito :)
Apenas não achei, na memória, (...)acendem nas areias fogos altos (...), mas ficaram-me, da tua tela, as mesmas águas dobradas de iodo!
abraço.
Tão frágeis, estes dias.
Tão fortes, as palavras.
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