perco-me de luz pelas fronteiras
do velho mundo em canto amigo
ah as gôndolas nos canais de veneza
ah as casas brancas de mikonos
tão saborosamente iguais
às casas brancas da nossa aldeia
perco-me de música pelos canaviais
e escuto os segredos dos príncipes
e o assobio do guardador de rebanhos
e a vingança do flautista de hameln
perco-me de cor pelas searas
quando as túlipas se rendem loucas
ao negrume oblíquo dos corvos
perco-me de ternura ah perco-me
pelos homens de sol no meu país de sombra
Em louvor de todos os que, neste tempo de cerco, não se conformam, não se rendem e avançam com o sol nas mãos.
Licínia Quitério, "De Pé sobre o Silêncio"
1.12.07
PERCO-ME
partilhado por Licínia Quitério às 4:19:00 da tarde
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16 comentários:
... deste vez sem a ironia do costume, porque a leitura deste poema não se deve perder.
Parabéns também pelo bom-gosto e posicionamento das imagens.
beijinhos.
Contigo as palavras ganham outra dimensão.
Beijinho*
belo poema
justa dedicatória
bjs
No 1º dia do último mês, abençoamos os que resistem (há por aqui um papelito "assim" que irá depois para o meu sítio).
Com o teu poema, também se nos cai a ternura, perdidamente, gota a gota, à medida que o lemos. Bjinho
triste tempo este, licínia. penosos os caminhos dos que não se acomodam.
belo poema
Saboreei cada palavra, cada razão por que te perdes. E o final é, sem dúvida, a coroa do poema. Belo.
Avancemos com o sol nas mãos, neste país de sombra...
Um beijo.
iluminas o Sol com teus poemas. neste País de sombra...
muito bom!
a mensagem justa expressa em momentos de grande beleza.
pintar e pintar-se de cor.
e sim, ceder à ternura...
beijO ~
lindíssimo poema, Licínia Quitério. Abraço
cara licinia,
pediram me para q convidasse para o blogue das artes.
www.bloguedasartes.blogspot.com
manda-nos um mail (mail ta na pagina) para te mandar o convite.
beijo
Duarte
Olá irmã,
Uma peça muito bem trabalhada. Formalmente impecável, o ritmo quase canção, a linguagem cheia da força das imagens que vais
dizendo (ia aqui a dizer "explicar" só para provocar a aquilária... :)).
Gostei, muito, do tema, como tu sabes que gosto. Tocou-me a ternura. pelos homens. Fora de moda, amiga, mas bom na mesma (até porque neles não se esgota)
Bom que te percas assim, dessa maneira genuína, elevada e, superiormente poética.
Um pouco lamechas, sei, mas o poeta hoje acordou assim
:)
Beijos
luzes e fronteiras.
que insidiosa
e sedutoramente
nos brilham.
Ter o sol nas mãos é uma forma de liberdade.
Um belo poema.
Parabéns pelo poema cheio de excelente bom gosto e muita ternura.
Deixo um abraço iluminado de estrelas de Natal.
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