26.2.08

COMBOIOS


Enquanto dormem,
devoram paralelas infinitas.

Os comboios,
pois é deles que falo,
consentem sonolências,
no limiar das pálpebras
da madrugada.
Balanço de ombros afrontando
a austera textura das cortinas.
A espaços,
a sombra de uma casa
contra o rosto.
Brevíssimos instantes
de noites serenas
na primeira estação anunciadas.

Despertam quando param,
os comboios.
E nós com eles,
sabendo do regresso.


Licínia Quitério

15 comentários:

Graça Pires disse...

Despertam quando param,
os comboios.
E nós com eles,
sabendo do regresso.
Belo poema. A vida é partir e regressar... Um beijo.

Anónimo disse...

bonito.
adoro comboios.
e por vezes é assim mesmo como o poema que escreveu.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Cheguei até aqui pela mão da PoesiaPortuguesa.

Este poema é belissimo, assim como todo o conteudo deste espaço.

Parabéns!

M. disse...

Gostei muito, Licínia. Que bonito este falar!

Maria Laura disse...

Gosto do sabor da viagem em comboios. Aqueles que fazem longos percursos. O teu poema trouxe-me esse sabor.

jorge esteves disse...

Gosto de comboios. Dos velhos comboios a vapor!...
Memórias e saudades. Suavidades, embora por vezes amargas...

Abraços!

Anónimo disse...

e assim que houver um comboio até mafra, vou visitá-la, licínia. não me esqueço de si. um beijo grande.

un dress disse...

aqui:

abraço-te e

explico-te:

nada.


[ a mim

vou-me explicando

vestida

de abraços e beijos...

Marinha de Allegue disse...

Fermosos percorridos en comboios, doce lembranza...

Unha aperta.
:)

hfm disse...

Os dois primeiros versos são insubstituíveis - belíssimos como o poema mas tinha de os destacar.

Manuel Veiga disse...

miticas viagens. as dos combóios. e "nós com eles". quando acordamos.

excelente.

beijos

© Maria Manuel disse...

tal como escreveste, essa sonolência que viajamos nos comboios...

gostei.

Vanda disse...

Tanto tempo sem te visitar!



Brindas-me assim com uma tal viagem de comboio, que olha...só tenho vontade de pegar na mochila e zarpar...

Engolir a paisagem, no embalo do tempo e depois regressar outra...

...porque, por mais pequena que seja a viagem...regressamos sempre diferentes!

Um beijinho

bettips disse...

As linhas, estas, assustam-me.
Todas as gentes,
todos os dias, alinhadas.
À madrugada. Pelo dia que acaba. São escorridos os olhos...
Bjinho

SP disse...

Passei por aqui e gostei muito!!!

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