Chegam, nas mãos do tempo, as flores de papel. Amarrotadas. Esmaecidas. Brilharam em festões de romarias sem santos nem milagres. Suportaram a fúria de corações em fogo e as bátegas mornas, com cheiro acidulado de vulcões. Enregelaram na solidão da serra e dormiram sem sonhos de manhã. A lembrança da árvore foi o fio, a seda, a corda que as sustentou nas paredes do vento. São dele agora as flores e a leveza. Quando passam por nós, ao fim da tarde, e um mesmo vento as beija, há um tremeluzir por entre as copas, a indiciar novas florestas.
Licínia Quitério
13 comentários:
E novos tempos, em cujas mãos nos voltam a chegar...
Que lindas as tuas buganvílias!
Beijo, Licínia
Das flores, do vento, do tempo, do nosso tempo, da tua sensibilidade. Lindo!
Gosto das coisas lindas que o vento nos traz! Muito belas as tuas palavras. Como sempre, Licínia. Muitos beijos.
Buganvilio-me contigo, Licínia, na sede de novas florestas.
Brisas de novo ar.
Beijo de bom domingo!
Muito expressivo este texto como é habitual, neste sítio.
As flores de papel ainda que amarrotadas e esmaecidas não são desprezadas pelo vento...
Todas as flores, mesmo as que não são de papel, acabam por pertencer ao vento.E o tempo se encarregará de as transformar em floresta..
Flores de papel e vento. As mãos reclamando a ternura...
Um texto muito belo Licínia.
Um grande beijo.
flores que cumprem o seu destino - embelezar a vida...
beijos
belas as palavras que nos fazem chegar as «flores de papel»!
Suxerencias evoltas en flores...
Beijinhossss minha amiga.
:)
... desenhar a passagem do tempo em traços seguros e poéticos adornados por flores. Esmaecidas ou não serão sempre flores. De e sobre papel. Da tua criatividade à atenção da minha fantasia.
Belo, como sempre.
Sei que me repito, mas a culpa não é minha!
Beijos
Maria Mamede
De volta a estes quadros que há muito não via, encontro aqui uma espécie de beleza oriental na leveza das imagens-aguarelas e das palavras.
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