O poema não vem quando se chama
Desobediência é sua inclinação
ou seu jeito de ouvir é uma brandura
que só percebe falar de coração
Aguardarei que a pedra
lançada ao lago no anoitecer
regresse reluzente à minha mão
e se diga palavra ou vento ou amanhecer
Licínia Quitério
15 comentários:
Pode dizer a palavra, o vento ou o amanhecer. Mas o poema está aqui. E está em ti!
Um beijo.
Tenho gostado dos seus poemas e muito deste.Posso colocá-lo umn dia no meu blogue?
Só com palavras que casam
assim como quem fala nos olhos
acontece poesia
Excelente poeta
Bjs tantos
poetizar coisas de sentir e ser só palavra à solta, aqui!
beijos
A desobediência é um acto subsversivo,de liberdade. Assim também a poesia.Por isso o poema acaba por chegar...
Beijo
"Desobediência é sua inclinação". Belíssimo como todo o poema.
Licínia
O poema não vem?
Como não vem ? todas as suas palavras rimam com poema.
Aroma de
PÉTALA
Bem bonito...
como nos habituou.
Bjs
da criação poética. belo, Licínia!
beijo.
A inspiração é um animal selvagem. Custa a domar. Mas a poesia acaba por chegar para ficar à solta na voz de quem a escreve. Um belo poema, Licínia.
Beijos.
inclina-se sobre a terra
e rende-se ao verbo inicial
depois deixa-se nascer
como se fora nascente
da mais pura sede
_______ beijo*
Como meninos olhando as águas, à espera. Gosto muito.
...ou seja sempre
cedo demais para perder
o reflexo da tua mão
na água.
Bj
Quantas vezes na madrugada gelada - em que os gatos só dão por mim através do semicerrado das suas pálpebras - espero o alvorecer da palavra
Ao crepúsculo andei a semear pedrinhas de gelo em sucessivos copos de whisky e a mexê-los com as angústias nocturnas
Não sei se a esperança é vã para mim que só oiço o murmúrio da folhagem e o piar da passarada.
Obrigado Licínia. Beijo
levei este poema por empréstimo, espero que nao se importe, em caso contrário será imediatamente retirado.
obrigada!
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