4.4.10

O POEMA NÃO VEM


O poema não vem quando se chama
Desobediência é sua inclinação
ou  seu jeito de ouvir é uma brandura
que só percebe falar de coração

Aguardarei que a pedra
lançada ao lago no anoitecer
regresse reluzente à minha mão
e se diga palavra ou vento ou amanhecer


Licínia Quitério

15 comentários:

Maria disse...

Pode dizer a palavra, o vento ou o amanhecer. Mas o poema está aqui. E está em ti!

Um beijo.

Amélia disse...

Tenho gostado dos seus poemas e muito deste.Posso colocá-lo umn dia no meu blogue?

Mar Arável disse...

Só com palavras que casam

assim como quem fala nos olhos

acontece poesia

Excelente poeta

Bjs tantos

Heduardo Kiesse disse...

poetizar coisas de sentir e ser só palavra à solta, aqui!



beijos

Justine disse...

A desobediência é um acto subsversivo,de liberdade. Assim também a poesia.Por isso o poema acaba por chegar...
Beijo

hfm disse...

"Desobediência é sua inclinação". Belíssimo como todo o poema.

PÉTALA disse...

Licínia
O poema não vem?
Como não vem ? todas as suas palavras rimam com poema.

Aroma de
PÉTALA

vieira calado disse...

Bem bonito...

como nos habituou.

Bjs

© Maria Manuel disse...

da criação poética. belo, Licínia!

beijo.

Graça Pires disse...

A inspiração é um animal selvagem. Custa a domar. Mas a poesia acaba por chegar para ficar à solta na voz de quem a escreve. Um belo poema, Licínia.
Beijos.

maré disse...

inclina-se sobre a terra
e rende-se ao verbo inicial

depois deixa-se nascer
como se fora nascente
da mais pura sede


_______ beijo*

M. disse...

Como meninos olhando as águas, à espera. Gosto muito.

bettips disse...

...ou seja sempre
cedo demais para perder
o reflexo da tua mão
na água.
Bj

Rui Fernandes disse...

Quantas vezes na madrugada gelada - em que os gatos só dão por mim através do semicerrado das suas pálpebras - espero o alvorecer da palavra

Ao crepúsculo andei a semear pedrinhas de gelo em sucessivos copos de whisky e a mexê-los com as angústias nocturnas

Não sei se a esperança é vã para mim que só oiço o murmúrio da folhagem e o piar da passarada.

Obrigado Licínia. Beijo

BeatriceMar disse...

levei este poema por empréstimo, espero que nao se importe, em caso contrário será imediatamente retirado.

obrigada!

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