25.8.10

PEDI UM NOME


Pedi um nome, ou uma rua,
ou uma aldeia, ou um país,
ou um continente, ou um planeta
mesmo pequeno, do tamanho da lua.
Todos os nomes tinham sido dados,
a rua era só uma e tinha dono,
aldeias se as havia só desertas,
um país era coisa de pouco durar,
um continente, sem guerras nem vulcões,
difícil de encontrar.
Sem ser a lua qualquer planeta poderia ter.

Deram-me um mapa,
fui seguindo as manchas,
cor a cor vivendo.

Para tão vasto mundo eu só pedi um nome.
E não mo deram. 

Licínia Quitério

11 comentários:

hfm disse...

Da beleza das imagens e das palavras. Grande poema!

Benó disse...

Ofereço-te um nome: PAZ.
O meu abraço.

José Carlos Brandão disse...

... e nos sentimos exilados. Como encontrar a nossa pátria?

jorge vicente disse...

não te deram porque mais do que um planeta, a Vida é em ti.

O teu nome é vida e este é o teu poema!

Um grande beijinho
Jorge

Joaquim do Carmo disse...

É mesmo difícil "dar" um nome a este mundo, de facto!
Beijinho

Maria disse...

Não precisas de um nome.
Tens a Poesia dentro de ti.

Um beijo.

Justine disse...

Nada, nada nos dão. Apenas os poetas continuam, teimosos, a oferecer-nos beleza e esperança.

M. disse...

Muito, muito interessante. Gosto muito.

Anónimo disse...

Deram-te um pássaro
inquieto
à solta
nunca nos dão - temos de tomá-lo e fazê-lo nosso, tão a custo.
Bj da B

Mar Arável disse...

Insondáveis mundos

o das palavras sentidas

Manuel Veiga disse...

o mundo das tuas palavras está repleto beleza-

gostei muito.

beijos

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