9.5.12

PARTO


Parto para lugares 

onde nada mudou 

Vou na correnteza das palavras 

na transparência dos olhos de água 

no músculo do braço a soçobrar 

no sopro do segredo 

no fervilhar do lodo 

na constância do medo 

na antecipação da memória

na exaltação da tarde nas ruas apinhadas 

Dentro da manhã levo o lume e a cinza

de que a viagem se alimenta

Retorno à fonte à barca à ignorância

ao lugar sempre o mesmo

Ao poço 

à torre branca

ao  anjo de oiro


Licínia Quitério

3 comentários:

Manuel Veiga disse...

em permanente demanda. do "velo de oiro"...

a raiar (im)possíveis.

beijo

Mar Arável disse...

Na fertilidade da memória

tudo se move
no ciclo das marés

OUTONO disse...

...um rasgar solto de paragens, onde aportamos ou partimos. Rumos do ser...

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