18.11.14

ENSOMBRAM-NOS


Ensombram-nos os caminhos sem árvores.
Pegam-nos na mão a ajudar no salto.
Dão-nos brilho e nada sabem de estrelas.
Caminham pelas bermas, sob as pontes, na orla dos precipícios.
Não nos respondem, mas é na nossa garganta que cravam as perguntas.
Circulam lentamente nos implacáveis calendários.
Hoje lava escorrente, amanhã fumarola.
Serão assombrações.
Serão mutantes, caminhantes eternos na margem da alegria.

Licínia Quitério

4 comentários:

Graça Sampaio disse...

Muito bonito!!

Mar Arável disse...

Por vezes sós

mas nunca isolados

Bjs

Manuel Veiga disse...

e por entre as assombrações a palavra luminosa e libertadora...

beijo

Adriano disse...

Muito bom.Obrigado, amiga.

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