16.3.15

É DIA


É dia e ao marinheiro amanhece um barco carregado de esperança. 
Nada pode parar esta viagem.
As mãos são remos de oiro. 
O vento o peito enfuna e faz-se vela.
Não lhe importa que praga, que feitiço.
Um barco de virtude não se teme, navega. 
A proa é rosto e a popa o outro lado desse rosto. 
Entre os dois, um corpo que é sorriso e canto de ninar.
Pela água vai o barco. 
Vai e voga. 
Voa.
Dos remos de oiro vão saltando lumes, faúlhas, cintilações da sombra.
Solto, audaz, o barco avança. 
Não sabe de destino. 
Vai, carregado de esperança.
Outro dia não há. 
É o que sabe.

Licínia Quitério

3 comentários:

Mar Arável disse...

Contigo

preso a um sopro de vento

Bj

Manuel Veiga disse...

há viagens assim - repletas de esperança.

beijo

Graça Pires disse...

Um barco carregado de esperança...
Também vou...
Beijo.

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