30.3.15

UM BARCO PRESO AO CABELO




















Digo-te,
a miúda tinha um barco preso ao cabelo.
O mar, esse, estava preso ao barco.
Quando a miúda corria,
o barco deslizava,
e o mar com ele,
digo o mar ou
o pedaço de azul 
que me cabia nos olhos
a seguirem a miúda
que corria, 
e não sabia
do barco preso ao cabelo,
do mar preso ao barco,
dos meus olhos
a segui-la,
livre, 
solta.

Licínia Quitério

3 comentários:

Mar Arável disse...

Abraço de limos

Graça Pires disse...

Há sempre um barco a ondular nossos cabelos...
Beijo, Licínia e uma boa Páscoa.

M. disse...

Sabes de quem me lembrei ao ler este teu poema? De Matilde Rosa Araújo.

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