Digo-te,
a miúda tinha um barco preso ao cabelo.
O mar, esse, estava preso ao barco.
Quando a miúda corria,
o barco deslizava,
e o mar com ele,
digo o mar ou
o pedaço de azul
que me cabia nos olhos
a seguirem a miúda
que corria,
e não sabia
do barco preso ao cabelo,
do mar preso ao barco,
dos meus olhos
a segui-la,
livre,
solta.
solta.
Licínia Quitério
3 comentários:
Abraço de limos
Há sempre um barco a ondular nossos cabelos...
Beijo, Licínia e uma boa Páscoa.
Sabes de quem me lembrei ao ler este teu poema? De Matilde Rosa Araújo.
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