Envelhecidos de abandono e ferrugem, os caminhos já não levam
nem trazem.
Aguardam a derrocada ou a maquilhagem.
Quem os viveu deles reteve
os cheiros da limalha e da salsugem.
Agora diz brinquei aqui, amei ali, um
lamento de viés, um dizer dantes havia gente, agora é o deserto.
No
caos, a aparição de velha dama, sombrinha de renda,
a mão enluvada.
O temor e a sedução da decadência.
Estética de
filmes negros, de prostitutas maltratadas e bêbados perdidos da vertical do
amor.
Quantas histórias no cenário, este em que os homens se deixaram jogar com cartas
viciadas, confiados na sorte de uma só bala na câmara.
Ainda há barcos deitados no rio, pescadores de lodos e desgraças, passantes de passos perdidos em
busca de memórias dos que dali fugiram, desfeita a ordem dos dias da aventura.
Caminhos que é preciso dizer.
Licínia Quitério
1 comentário:
De passagem nos encontramos nas margens
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