Escrevo-te daqui, da beira rua,
com todas as letras decoradas,
no tempo dos quintais e das amoras.
com todas as letras decoradas,
no tempo dos quintais e das amoras.
Aprendi a casá-las, descasá-las,
em trabalhos de verbos, em uniões de nomes.
em trabalhos de verbos, em uniões de nomes.
Soube-me bem ouvi-las,
a fabricarem músicas, arpejos,
melodias,
por vezes gritos, com eco noutro peito,
noutra rua.
a fabricarem músicas, arpejos,
melodias,
por vezes gritos, com eco noutro peito,
noutra rua.
Às vezes escrevo sol, outras caverna.
Às vezes me demoro, outras me apresso.
Com cinco letras rubras,
um dia escrevi
Cravo
e ele pegou raízes nesta casa.
um dia escrevi
Cravo
e ele pegou raízes nesta casa.
De tal sorte medrou, o passageiro de Abril,
que a desordem nas letras se instalou.
que a desordem nas letras se instalou.
Umas mais se juntaram, outras se retiraram.
Assim,
por mais que as mude,
que as ordene,
ao escrever Cravo, escrevo
Liberdade.
por mais que as mude,
que as ordene,
ao escrever Cravo, escrevo
Liberdade.
Nada a fazer.
Eu fico bem.
Missiva terminada.
7 comentários:
~ ~
~~~~~~~~~~~ Muitos...
~ Muitos de nós tem um cravo plantado
~~~~~~~~~~~no peito...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Eu te Cravo
vermelho
na bela memória
dos pássaros de sempre
Lindo....
Bjs
cravos viçosos - em teu peito!
beijo
Não faz mal, Licínia. Passo tantas vezes sem deixar rasto...
Um beijo de Abril
Gostei tanto de te ler, Licínia. E também escrevo cravo e Liberdade...
Beijo, amiga.
Presente! Até que a tecla, a voz, o pensar, o lápis, a caneta, o querer
se detenham.
Bj
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