14.3.09

DEPOIS DO INCÊNDIO


Sei que depois do incêndio
os mitos se alimentam
de sobras de minúcias
na ponta diamantina
dos ocasos

Pudera eu
divisar a fractura
onde arrefece a cinza
e acompanhar
as vozes da planura
antiga clara principal

Para sempre caminhar
e não chegar e não chegar


Licínia Quitério













Nota: Clarisse pede-me que agradeça a hospedagem no Sítio e a amabilidade das visitas. Assim faço.

Licínia

17 comentários:

Maria disse...

Depois de te ler aqui apetece-me caminhar, não sei para onde.
De tanto caminhar e nunca chegar sei que um dia chegarei. Um dia.

Um abraço

Arábica disse...

Licínia,


onde não quererá chegar a Clarisse?

E eu que gostava tanto de a ler através da poesia do teu olhar, aceno-lhe um beijo.

Para ti, fica um abraço, amiga.

Justine disse...

É cansaço? Desencanto? Uma litania muito doce e muito bela, o teu "para sempre caminhar e não chegar e não chegar"...

Paula Raposo disse...

Belíssimo o teu poema!! Muitos beijos.

vida de vidro disse...

Tão belo e estranhamente melancólico! Ler-te é sempre uma experiência marcante. **

Carmo disse...

Que belo o seu poema.
Poeta é certamente, porque o comum dos mortais como eu, não o conseguem fazer.

Carmo

Manuel Veiga disse...

depois do incêndio o restolhar das chamas. na memória. quentes ainda...

... e o (en)canto das planuras. que abismam.

belíssimo.

beijos

© Maria Manuel disse...

um poema muito belo.

e a minha gratidão a Clarisse por ter habitado por uns tampos o Sítio; gostei muito dela.

Anónimo disse...

Das cinzas por vezes brota novo clarão...
que seja um clarão de luz suave e rejuvenescedora.

Bjs

Graça Pires disse...

Não chegar. Não chegar ao fim da melancolia do poema.
Não chegar ao final da história de Clarisse...
Um beijo Licínia.

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

ouço -o dito por mim em voz alta , mas não importa aqui quem diz , mas o que está dito , e o que está é muito belo ... Por isso chego-lhe um abraço poeta !

_________ JRMarto

Alberto Oliveira disse...

... malvados pirómanos que há tão pouco tempo ensombraram o meu sítio e ei-los agora por aqui deixando-te nas letras o desalento próprio de quem não tem o carro dos bombeiros à mão de semear...

A Clarisse integrou-se perfeitamente no ideário poético do Sítio. Era simpático da parte dela (e da tua) que passasse de vez em quando por aqui.

Abraços.

M. disse...

De enorme lucidez este teu poema. Gosto muitíssimo.

Arábica disse...

O fogo está apagado, suponho.


Vamos beber um café? :)

AnaMar (pseudónimo) disse...

Por vezes chegamos. Mas estamos tão cansadas da caminhada que nem percebemos.
Belo poema.

Mar Arável disse...

As melhores viagens

são as de partir

e chegar

sem deixar o caminho

bettips disse...

Atrasar a chegada.
Com louros nas coroas.
Com oiros nos cabelos.
A meta pode esperar.
Bjinho

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