6.6.10

PROVAVELMENTE




Provavelmente  nada seria igual
se um tritão inda houvesse, meu amigo,
meu escravo, meu senhor, minha casa de mar.
Os tritões agora são de pedra,
nos lagos e nas fontes,  fantasias
dos deuses depois da criação 
de vaidades e ambições do tamanho do sol,
da via láctea ou da  ínfima partícula
em que nenhum nome cabe para poder existir.
O tritão que eu sabia dos desenhos solares
que só as crianças constroem nas areias
era gentil e sorria quando eu o cavalgava.
Meu escravo, meu senhor,  levava-me
a viver minha casa de mar com peixes 
cor de luz e tudo o mais que eu não tive
que o meu amigo em pedra se tornou
e a criança assombrada na areia ficou.

Licínia Quitério

Apresento as minhas desculpas por, durante um tempo que espero breve, não visitar os vossos blogs, deixando os merecidos comentários. Grata pelas amáveis opiniões que sempre aqui fazeis o favor de expressar. Deixo-vos o meu terno abraço.

Licínia

4 comentários:

Maria disse...

As memórias que este poema me trouxe...

Um beijo, Licínia.

Mar Arável disse...

Ainda há tritões

que nos projectam memórias

e amanhãs

que a sua poesia não deixam morrer

para nosso prazer

Manuel Veiga disse...

por aqui tritões e búzios prevalecem em música apaziguadora. acalmando os mares à passagem dos humanos...

... que divina é tua Poesia!

beijos

Joaquim do Carmo disse...

Com "Herético" permito-me gritar: "...que divina é a tua poesia"!!!
Beijinho e... volte logo, os "tritões" merecem...

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