Não, não sou de rebanhos. Sou de prados.
Desobediência é minha vocação.
Sacio a fome a ver crescer a erva.
Ouvi-la germinar é uma ambição
que guardo ao invés da pele.
que guardo ao invés da pele.
Admiro os pastores e o seu silêncio
a convocar as flautas.
a convocar as flautas.
É negra a minha ovelha favorita,
a que destoa, a que desfaz
a moleza e a conformação.
a que destoa, a que desfaz
a moleza e a conformação.
Tresmalhada será do aperto
da malha que a marcou.
da malha que a marcou.
É a mais clara das ovelhas negras.
Ama o pastor mais loiro das arábias.
Partilhamos segredos quando à noite
saltamos os cerrados e corremos prados
que ninguém correu antes de nós.
saltamos os cerrados e corremos prados
que ninguém correu antes de nós.
Licínia Quitério
3 comentários:
Os rebanhos não estão fáceis
por falta de pastores
e pastagens
Admirável poema que te identifica, minha amiga...
Beijo.
Descobri-a hoje por acaso, na minha busca de poetisas para o meu blogue de divulgação de poesia no feminino. Levei um dos seus poemas espalhados na net e acabei por descobrir este blogue.
Muito bom este poema.
Um abraço e uma boa semana
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