27.12.17
18.12.17
A INFÂNCIA
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13.12.17
NATAL
Esta terra é minha, esta terra não é tua.
Como foi que tudo começou?
Como vai isto acabar?
Nunca, dizem os oráculos.
Vão-se matando, os meninos.
Tombam na terra de ninguém.
É Natal.
Licínia Quitério
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7.12.17
UM DIA
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1.12.17
QUASE NADA
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22.11.17
A PRESSA
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14.11.17
ENTARDECER
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10.11.17
BAIXAR A GUARDA
Expor o rosto e o corpo às balas
Gritar eis o banquete
A mesa posta é vossa
Assim pensava eu nos anos de rimar
Ternura com bravura
De avançar sobre escarpas
E abençoar o tojo
De ver partir os barcos
Carregados de homens
E de os ver chegar
Carregados de raiva
E de outros homens
O rosto e o corpo gastos
A guarda toda em baixo
Os restos do banquete
Aqui os tendes
Assim eu digo nos anos de rimar
Sorrir com resistir
De avançar indiferente
Ao espinho e ao abismo
Os barcos já não partem
Ficam presos na linha
Do horizonte
Os homens vão ao mar
E às vezes voltam
E são peixes carregados de sal
Licínia Quitério
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29.10.17
O BICHO DA TERRA
Ardem, queimam, iluminam.
Transportam archotes a apagar a noite.
Gritam a afugentar as sombras.
São meninos de oiro.
Cantam a convocar segredos
Que as altas aves guardam.
Dançam rente às ervas.
São meninas e têm nomes de flores.
Guardam o medo em velhos cofres e avançam.
Conhecem todos os países
E em nenhum se detêm.
São os viajantes do tempo.
Homens nascidos de mulheres.
Homens amantes de mulheres.
Homens amantes de outros homens.
Iguais na hora de chegar,
Na hora de partir.
Iguais no desespero e na esperança.
Poderosos. Cruéis. Solitários.
São deuses e habitam ilhas e desertos.
Inventam, constroem, destroem
E nada acabam.
Compram e vendem as terras e os corpos.
Beijam e são o mel.
Mordem e são o sangue.
São a palavra, a plateia, o palco.
São a mãe, a casa, o corredor dos ventos,
A força da levada.
São os filhos do Sol.
São o bicho da Terra.
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26.10.17
A MONTANHA
Imóvel como cão dormindo.
Se me perguntas
Digo-te montanha
A suportar o céu
A beber nuvens.
Ensinou o homem a subir
A rasgar-se nas pedras
A cair muitas vezes
A erguer-se de novo.
Chegado ao cume
Nele crava bandeiras.
Anuncia
Isto é meu
Isto sou eu.
A montanha deixa rolar
Mais uma pedra.
É o seu modo de contar o tempo.
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1.10.17
AS PALAVRAS
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29.9.17
BALADA DA PORTA FECHADA
Dessa casa assombrada
No dizer das mulheres
Ligeiras no andar
E o vento a sussurrar
Vai chegar vai chegar
O tempo de arrombar
Essa porta fechada
Dessa casa assombrada
E a mulher a pensar
É comigo é comigo
Que ele está a falar
Amanhã vou voltar
Rente à casa passar
O meu ombro encostar
À ombreira da porta
Baixinho perguntar
Quem foi que te assombrou
Quem foi que te fechou
E a casa a responder
Alguém que não gostou
Da luz que em mim brilhou
E esta porta fechou
E sobre mim espalhou
Este manto de sombra
E as mulheres afastou
E os homens afastou
E o medo semeou
E desde então ninguém
Junto de mim passou
Nem sequer reparou
Que a luz não se apagou
E às vezes é luar
E às vezes nevoeiro
E às vezes é braseiro
A descair no mar
A mulher despertou
Não sabe se sonhou
Mas pela casa passou
E a porta estava aberta
E lá dentro era dia
E o vento sussurrou
Foste tu que mataste
A sombra que assombrou
A casa que voltou
A ser luz a ser guia
Tu que por mim passaste
Contra o medo lutaste
E o teu ombro apoiaste
Na ombreira da porta
Que não mais se fechou
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26.9.17
OLHA-ME
Olha-me, de olhos fechados, para melhor me veres.
Toca-me, como se eu fosse de barro e pudesse quebrar.
Fala-me, baixinho, que ainda não é dia na casa de orações.
Dá-me o teu manto que eu dou-te a minha pele.
Pega-me, que tu és pai e mãe e eu sou filho.
Leva-me para longe desta terra ingrata.
Deixa as jóias, as facas, as máquinas da fome.
Atreve-te ao grande mar de enganos.
O mundo inteiro está à nossa espera e nos receia.
Entre o ir e ficar, entre a morte e a morte, vamos.
Se formos sempre em frente, voltaremos,
porque a Terra é redonda, sabem os voadores.
Olha-me, toca-me, fala-me, leva-me
para lá das farpas, para lá do medo, ao país
que restou e onde se diz haver uma mulher
e um homem e um filho desejado
por nascer.
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11.9.17
CONVITE
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A PLANÍCIE
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DESTROÇOS
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A CORÇA
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20.8.17
ELES
A noite é sua amante
seu desvario e sossego.
Aprenderam os caminhos da lua
o piar da coruja o uivo do lobo.
Há flores que só à noite se mostram.
Eles sabem disso e não as colhem.
Há rios que só à noite sussurram
declarações de amor aos peixes e às pedras.
Eles escutam e vão tecendo uma canção de berço.
Eles rondam as mulheres e as engravidam.
Eles dão aos homens a ardência do sol
a bravura dos braços e a bondade solitária
dos ocasos.
Eles são necessários.
Eles são tudo isto e muito mais seriam
se existissem.
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9.8.17
O VENTO NORTE
Barafustou contra a rosa-dos-ventos,
desgrenhou-se e partiu
armado de fúria e liberdade.
É vê-lo a uivar por entre as pedras,
a rir da curvatura de sebes e searas.
Detém-se por instantes qual corredor
na linha da partida e aí vai de novo.
Não há asa não há vela não há casco
não há homem que o domine.
É o tempo de mostrar que é o senhor do fogo
do naufrágio da perdição das sementes.
Porém, quem o quiser ouvir há-de saber
de uma mulher no cimo de um rochedo
a entoar uma canção de amor
a entrançar os seus cabelos de oiro
com as cordas que o vento lhe ofertou.
mas ninguém me contou.
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PESCADORES
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RUELAS
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O DIA CLARO
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AMIGO
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OS VERBOS
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SURPREENDE-ME
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A QUEIMA
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O ESPANTO
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ESCRITAS
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INTERLÚDIO
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A PENUMBRA
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